VANGUARDA POéTICA NO RIO GRANDE DO NORTE
Álvaro de Sá[1967]


Mais uma manifesta-se o Nordeste como centro de desenvolvimento da poesia de vanguarda. Tal como já havia sucedido com o Ceará aonde se apresentam há alguns anos poetas concretos como José Alcides Pinto, Girão e outros, agora, os poetas do Rio Grande do Norte dentro da maior contemporaneidade, apresentam-se com obras dentro do melhor gabarito nacional e internacional.
E não se diga que este resultado é fortuito pois que todos os poetas evoluíram solidamente desde o discurso, passando pela poesia concreta até chegarem à produção atual, alicerçados em excelentes bases teóricas. Suas atitudes, dentro do contexto social, mostram a responsabilidade de quem une a teoria-obra-ação de maneira realista e conseqüente:
* em 1966 – exposição “Dez Anos de Poesia Concreta” em Natal, comemorativa da Iª Exposição Internacional de Arte Concreta (Rio e São Paulo) reapresentando poemas de Décio Pignatari, A. e H. Campos, Wlademir Dias-Pino, Ronaldo Azeredo, Edgar Braga, Osmar Dillon e José Lino Grunewald. Nesta edição foram lançados os poetas do Rio Grande do Norte, Nei Leandro de Castro, Dailor Varela, Luiz Carlos Guimarães, João Bosco de Almeida, Anchieta Fernandes e o critico Moacy Cirne. Publicação de um Livro/catálogo (“Poesia Concreta – 10 anos”)
*      1966 – Debates e conferência nos meios estudantil e intelectual.
*      1967 – Preparação do lançamento de uma revista de poesia de vanguarda.
*      1967 – Preparação, juntamente com estudantes de pedagogia, a pedido de um educador, de uma cartilha baseada em poemas concretos para alfabetização no interior do estado.
*     1967 – Curso de Poesia Experimental, com slides e debates.
*     1967 – Viagens para contacto com outros grupos poéticos similares na Guanabara e São Paulo.
Eis aí um balanço rápido, mas bem significativo da atividade de uma vanguarda.

Revista Ponto 1, Rio de Janeiro, Ponto, 1967.