POESIA MATEMáTICA
Ariel Tacla[1968] A Poesia surgiu da necessidade de cantar nas danças dos povos
primitivos, enquanto que a matemática surgiu da necessidade de
contar.CANTAR E CONTARCONTAR E CANTARÉ o poema mais simples que se pode fazer pela combinação destas duas palavras.
A
Poesia se obtém da combinação harmônica e rítmica das palavras,
enquanto que a Poesia Matemática se obtém quando esta combinação se faz
por Análise Combinatória.
Surpreendentemente se consegue um efeito concreto, com um profundo sentido filosófico.
Foi
na Filosofia de Heráclito de Efeso, nascido pelo ano 530 AC que
encontrei o exemplo mais antigo de Poesia Matemática, para ele a
harmonia não resulta da união das coisas semelhantes, mas dos
contrários, nisto reside a sua idéia fundamental do devir do mundo:
O FOGO VIVE A MORTE DO AR
E O AR VIVE A MORTE DO FOGO
A ÁGUA VIVE A MORTE DA TERRA
E A TERRA VIVE A MORTE DA ÁGUA
Essa
transformação incessante do DEVIR explica a grande realidade do mundo,
a EVOLUÇÃO, em que umas coisas se transformam em outras, como a vida em
morte e esta em vida, nesse infinito ser e não ser...
A Análise
Combinatória é o conjunto de preceitos algebraicos, que nos permite
formar e contar grupos distintos com um numero finito de elementos
dispostos com determinado critério. Temos assim Permutações,
Combinações e Arranjos, conforme os grupos se diferenciem
respectivamente pela ordem, pela ordem ou pela espécie e somente pela
espécie.
Algebricamente a sua contagem se faz pelas seguintes fórmulas:
P
n = n! C
pn = _____
n____ Apn =___
n!___
P! (n - p) ! (n - p) !
PERMUTAÇÕES COMBINAÇÕES ARRANJOS
Na
Poesia Matemática o conjunto de elementos palavras forma frases e o
conjunto frases, a poesia sintética e filosófica, que exprime a
Realidade.
Este é o misterioso sucesso da ciência matemática, na
expressão dos fenômenos naturais. Já dizia Einstein: “O que há de
incompreensível é que o mundo seja compreensível...”
A Poesia
Matemática representa apenas uma contribuição à evolução da vida
social, no desenvolvimento das relações de uns homens com os outros,
nesta grande necessidade de COMUNICAR...
Revista Ponto 2, Rio de Janeiro, Ponto, 1968.