ALFABISMO
Álvaro de Sá[1969] O autor move com uma tradição de 3.000 anos: a codificação alfabética. Compete, hoje, ao poeta, mostrar e provar que o alfabeto é apenas uma convenção que pode ser manipulada em todos os rumos, assim como pode ser atomizada, ou, em outro sentido, fragmentada como acontece atualmente com as vogais em oposição ao corte reto-tipográfico. Só tem havido (por necessidade técnica) recodificações nas inaugurações de processos-informacionais: linguagem.
Um exemplo = o Morse.
Para estabelecer uma relação visual (e não comparação simbólica que daria no ideogramático), o poeta aproveita as características de cada letra, estilizando-as numa acentuação geométrica. Com isso não só consegue dar direção autônoma às formas originadas, independente da direção linear do grafismo tipográfico, como também usa superposições de áreas com formas transparentes. Assim consegue uma leitura global (mas não monogramática ou fiigurativa), própria, hoje, do logotipo.
Contra-forma: K, X, Y, V.
Contorno/volume: O, U.
Extensão do contorno: G, Q.
Duas formas: F, S, E, B, J, L, P, R, T.
Inclinação: Z.
Verticalidade dupla: H.
Horizontalidade: base: M
cabeça: W
Corte: C, D.
Independência de leitura; na quinta página, o texto não precisa propriamente do suporte do papel, tanto assim que uma seta indica a leitura ECO enquanto que, simultaneamente, a outra registra ODE.
Processo 1, Rio de Janeiro, 1969.